José
Eduardo Helfenstein
click e envie um e-mail ao
autor
Doenças que podem
complicar durante o vôo
4.1. Doença infecto-contagiosa ou repugnante
(na fase contagiante)
Riscos: ao portador e aos demais passageiros e aos aeronautas
Causas: ambiente fechado com pouca renovação ar.
4.2. pacientes com incontinência vesical ou fecal
Riscos: Aqueles com OSTOMIAS devem ser orientados quanto ao tipo de
bolsa médicas especiais para usar e de sua oclusão.
Causas: devido principalmente ao ar seco e com menor pressão dando
facilidade a expansão de gases e aumento das secreções dentro da
aeronave.
4.3. Cardiopatias graves ou coronariopatias
Riscos: Parada Cárdio respiratória ou Ataque cardíaco
Poderá voar, se puder de maneira simplista, andar 100( cem) metros ou
subir vinte degraus, sem que tenha um piora ou agravamento dos seus
sintomas. Sendo obrigatório levar sempre sua medicação
anti-anginosa, e se for um indivíduo estressado, fazer uso de ansiolíticos
pelo menos 2 horas antes início do vôo.
Não deverá voar em aviação comercial se estiver apresentando
concomitantemente quadro de dispnéia.
Causas: stress do vôo, ansiedade, hipóxia, despressurização.
4.4. Anemia Grave
Riscos Parada Cárdio Respiratória, hipóxia cerebral
Pacientes com hemoglobina abaixo de 6,0 mg terá seu quadro agravado
com a hipóxia correndo riscos severos ( fazer uso de oximetria)
Causas Hipóxia e despressurização.
4.5. Pneumotórax
Riscos : Insuficiência Respiratória
Pela insuficiência respiratória e agravamento da lesão devido as
alterações da pressurização.
Pacientes submetidos a cirurgias no tórax só poderão voltar a voar
, após um período de 15 dias e de uma rigorosa reavaliação médica.
Causas Hipóxia e despressurização
4.6. Trismo mandibular
Riscos: Caso venha a ter vômitos a bordo, poderá ocorrer engasgo
ou aspirar secreções, levando a um quadro chamado de broncopneumonia
aspirativa e como conseqüência, a morte.
Causas: Cinetose
4.7. Doenças mentais ou passageiros em estado de sanidade alterada
por álcool ou outras drogas
Riscos: As alterações de comportamento podem gerar conflito e pânico
a bordo, colocando a tripulação em alerta e tumultos desnecessários.
Causas: emergências a bordo.
4.8. Pacientes recém operados
Riscos: Dependendo da cirurgia realizada, poderemos ter a
transformação de espaços virtuais em reais e pela distensão dos
gases termos o agravamento do estado clínico do paciente.
Causas despressurização
4.9. Pacientes desidratados
Riscos:
Pelo baixo teor da umidade do ar durante o vôo na aeronave haverá
perda de líquidos, piorando o quadro clínico podendo levá-lo a um
estado de choque e à morte.
Causas: baixa umidade pelo ar condicionado.
14.10. Gravidez no ultimo mês ou as de alto risco ou ainda aquelas
com sangramento como descolamento prematuro de placenta etc...
Riscos de parto prematuro e perda do concepto
Os risco são tão grandes para a mãe quanto para o feto, e pioram se
houverem necessidade de atendimento( trabalho de parto, a bordo).
Causas: stress do vôo + variação da pressurização e hipóxia.
4.11. Grandes Queimados
Risco
Pela baixa umidade do ar, aumento da desidratação com agravamento
Do quadro clinico.
Causas: baixa umidade do ar facilitando a transudação
4.12. Síndromes Vestibulares (Labirintites).
Risco: O vôo pode agravar ou iniciar uma crise, com problemas que
podem passar do desconforto, a desidratação pelos vômitos às vezes
incoercíveis.
Causas: Cinetose, stress, microvibrações.
4.13. Otite Média Aguda
Risco: Piora das dores com risco de ruptura timpânica e
hemorragia auditiva.
Fistula peri-labiríntica e surdez súbita
Causa: alterações da pressão
4.14. Tumor Cerebral - Abcesso Cerebral
Risco: O “stress“ do vôo e as micro-vibrações podem
aumentar o risco de hemorragia ou haver a piora da hipertensão
endocraniana
Causa: stress+ alterações pressóricas +microvibrações
4.15. Varizes Esofageanas
Risco: Novas e graves hemorragias.
Causa: stress+ alterações pressóricas +microvibrações
4.16. Hipertensão Arterial Maligna
Risco AVC, Ataque Cardíaco.
Mesmos fatores potencializando riscos de complicações, desde um
infarto até acidente vascular cerebral ( derrame ).
Causa: stress+ alterações pressóricas +microvibrações
4.17. Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas ou Doenças
Cianosantes ou enfizematosas em alto grau
Riscos: Dependendo do quadro, mas certamente eles serão agravados
pela hipóxia e diminuição da pressão dos gases, aumentando o
desconforto respiratório podendo levar a um pneumotórax ou à morte.
Causas: Variações pressóricas e hipóxia
4.18. Mal Asmático
Riscos: Dependendo da intensidade do quadro, pois poderá piorar com a
hipóxia, baixa umidade e uma série de outros alérgenos em suspensão
no ar. Nem sempre ele é tão reciclado como deveria, inclusive devido
a razões de economia de combustível.
Causas: variações pressóricas + hipóxia + pouca troca de ar
4.19. Hiperêmese Gravídica
Risco: Podem piorar os vômitos, desidratando.
Causas: Stress, cinetose, microvibrações,
4.20. Prematuros de Alto Risco
Riscos: Somente voar com condições especiais com issoletes de
transporte prévia e adequadamente preparada.
Causas: Hipóxia + variações pressóricas+baixa umidade
4.21. Politraumatizados Graves
Riscos maiores de embolia ou hemorragias,
Causas: “stress”, micro-vibrações, alteração da pressurização
etc...
4.22. Cálculo Renal
Risco: crise aguda de dor
Causas: Pela secura do ar respirado pode levar a diminuição da
filtração e concentração da urina podendo desencadear crise
incapacitante.
4.23. Portadores de Deficiência
Aqueles que necessitem cuidados especiais especializados.
4.24. Outras doenças cardíacas (ICC)
Riscos: Descompensar indo para Edema Agudo de pulmão
Causa: stress+ alterações pressóricas +microvibrações+baixa
umidade
Na minha experiência pessoal, por exemplo, liberei fonicamente uma
paciente vítima de meningite menicogóccica, pois seu exame de líquor
já estava normalizado, portanto, não estaria mais em fase
infectante, aconteceu que por complicações dermatológicas, as
feridas pútridas, da pele, em contato com a atmosfera seca da
aeronave, começaram a exalar um liquido ( em grande intensidade ) e
com mau cheiro obrigando o piloto a realizar um alternado e interditar
a aeronave.
Um outro caso um menor vitima de queimadura de grande extensão piora
a bordo e o médico que acompanhava solicita uma ampola de Lásix
porque a criança "estava parando".
Ao chegar à bordo , a criança estava entrando descompensada e foi
desembarcada, morrendo a seguir no serviço médico do Aeroporto , .
Imaginem a repercussão negativa a todos os envolvidos, inclusive a
mim.
Lembrar também que são poucos os médicos que tem noções de
medicina aeronáutica por ser esta, uma matéria extracurricular.
5. Conclusões
A aeronave comercial evoluiu muito, a velocidade aumentou e o tempo de
vôo diminuiu a segurança aumentou, mas existem mais passageiros
voando por aeronave , e as vezes num vôo transcontinental o tempo a
bordo pode ser de 8, 9, 10 horas.
Muitas mortes ou agravamento de patologias deixariam de acontecer se
houvesse uma divulgação maior as pessoas interessadas ( aeronautas ,
médicos e pacientes) sobre os problemas que podem acontecer com eles
`a bordo.
O ar não é trocado como deveria ser e com a freqüência
preconizada, os filtros não são biológicos, portanto o ar torna-se
viciado e contaminante.
A pressurização dá o conforto mais ainda deixa o paciente com menos
oxigênio, levando à hipóxia que piora em muito nas emergências (
despressurizações).
O ar seco resseca a mucosa e desidrata.
No aspecto psicológico , o stress vivenciado em maior ou menor grau
mostra seus efeitos adrenérgicos.
As vezes existem um médico à bordo , mas os equipamentos colocados
à sua disposição nem sempre são os adequados para uma emergência
MÉDICA.
Nos aeroportos , idem .
Porisso neste congresso a discussão , a uniformidade de conduta e a
concientização sobre este tema torna-se fundamental , inclusive para
aqueles que vivem o dia a dia nos aeroportos .
Como médico e passageiro tive a oportunidade várias vezes de prestar
atendimento a outro pax doente,um deles inclusive médico, já
solicitei ao piloto que desse
alternância de pouso, já constatei óbitos, já me senti impotente
em não ter medicações heróicas nas mãos , e acho que nós médicos
não poderemos nunca deixar de prestar socorro a um necessitado ,
mas......
Bibliografia
Mais detalhes no livro Uirateonteon
DOWNLOAD
DA APRESENTAÇÃO EM POWERPOINT DO DR. HELFENSTEIN APRESENTADO NO
CONGRESSO DE MEDICINA AEROESPACIAL 2000
|